Por que embaixador da África do Sul 'não é mais bem-vindo nos EUA', segundo governo Trump
O governo da África do Sul chamou a decisão de "lamentável", e acrescentou que o país continua comprometido em construir um relacionamento mutuamente benéfico com os Estados Unidos.

Os Estados Unidos estão expulsando o embaixador da África do Sul em Washington, Ebrahim Rasool.
O secretário de Estado, Marco Rubio, disse que ele "não é mais bem-vindo em nosso grande país".
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Em uma publicação no X, Rubio acusou Rasool de odiar a América e o presidente Donald Trump, e o descreveu como um "político que incita racismo".
O gabinete do presidente da África do Sul chamou a decisão de "lamentável", e acrescentou que o país continua comprometido em construir um relacionamento mutuamente benéfico com a América.
A incomum ação dos EUA marca o mais recente desenvolvimento nas crescentes tensões entre os dois países.
Em sua postagem na sexta-feira (14/3), Rubio colocou um link para um artigo do canal de notícias de direita Breitbart que citava falas recentes de Rasool durante uma palestra online sobre o governo Trump.
"O que Donald Trump está lançando é um ataque à titularidade, aqueles que estão no poder, mobilizando uma supremacia contra a titularidade, em casa... e no exterior", disse Rasool.
Ele acrescentou que o movimento Maga (Make America Great Again, em inglês) foi uma resposta "a dados muito claros que mostram grandes mudanças demográficas nos EUA, nas quais o eleitorado votante... está projetado para se tornar 48% branco".
Em resposta, Rubio chamou Rasool de "PERSONA NON GRATA", referindo-se à frase latina para "pessoa indesejada".
A postagem de Rubio ocorreu quando ele deixou o Canadá, após uma reunião com ministros de Relações Exteriores.

Os laços entre os EUA e a África do Sul vêm se deteriorando desde que Trump assumiu o cargo.
O presidente dos EUA assinou uma ordem executiva no mês passado que congela a assistência à África do Sul. A ordem faz referência a "ações flagrantes" da África do Sul e cita "discriminação racial injusta" contra africâneres brancos - aqueles que descendem de colonos holandeses.
O governo sul-africano negou isso repetidamente.
A ordem também faz referência a uma nova lei, a Lei de Expropriação, que alega ter como alvo os africâneres ao permitir que o governo tome terras privadas.
"Enquanto a África do Sul continuar a apoiar maus atores no cenário mundial e permitir ataques violentos a fazendeiros inocentes de minorias desfavorecidas, os Estados Unidos interromperão a ajuda e a assistência ao país", segundo uma declaração da Casa Branca.
O governo da África do Sul nega que sua lei esteja relacionada à raça, segundo a Associated Press.
Um folheto informativo da Casa Branca, no entanto, afirma que o país "discrimina descaradamente os descendentes de minorias étnicas de grupos de colonos".
Embora diplomatas de escalão inferior sejam às vezes expulsos, é altamente incomum nos EUA que isso aconteça com um oficial mais graduado, como um embaixador estrangeiro, informou a Associated Press, observando que nem os EUA nem a Rússia tomaram tais ações um contra o outro, mesmo em meio às tensões durante a Guerra Fria.
Rasool serviu anteriormente como embaixador do país nos EUA de 2010 a 2015, antes de ser escolhido novamente para o cargo em 2025.
Ele nasceu e cresceu na Cidade do Cabo. Quando tinha nove anos, ele e sua família foram removidos à força de um apartamento que foi declarado apenas para pessoas brancas. À medida que envelhecia, ele se interessou mais por política e disse que o despejo foi um momento significativo em sua criação e que guiou seu futuro.
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