Sai Nísia, entra Padilha na Saúde: o que se sabe sobre a reforma ministerial de Lula
Agência BBC

Sai Nísia, entra Padilha na Saúde: o que se sabe sobre a reforma ministerial de Lula

Alexandre Padilha, que assumirá a pasta da Saúde, era até então o titular da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo

Padilha sorrindo em ambiente externo
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Padilha é médico infectologista e foi ministro da Saúde no governo Dilma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu mexer em sua equipe ministerial, em um momento em que tenta reverter sua queda de popularidade — mas ainda não foi anunciada uma reforma ministerial mais ampla, como se cogita nos bastidores de Brasília.

Ele anunciou nesta terça-feira (25/02) a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que será substituída por Alexandre Padilha, médico e atualmente ministro da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo.

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A troca será oficializada após o carnaval, no dia 6 de março, segundo comunicado do Palácio do Planalto. Ainda não foi anunciado quem substituirá Padilha. Um dos nomes cotados é o da presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann.

Cientista social, Nísia foi a primeira ministra da Saúde mulher e presidiu a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre 2017 e 2022.

Já Padilha já havia comadando a Saúde anteriormente, no governo de Dilma Rousseff (PT), entre janeiro de 2011 e fevereiro de 2014.

Colagem com fotos de Nísia e Padilha; ambos sorriem
EPA/Reuters
Nísia Trindade, a primeira mulher a liderar o Ministério da Saúde, será substituída por Alexandre Padilha

A mudança abre espaço para Lula melhorar a relação com o Congresso, já que o ministro vinha enfrentando problemas na condução das negociações políticas, tendo sido chamado publicamente de incompetente pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

O Palácio do Planalto, porém, não deu explicação oficial para a troca ministerial.

Segundo a imprensa brasileira, Nísia Trindade foi demitida por uma insatisfação de Lula com os resultados da pasta.

De acordo com os jornais O Globo e Folha de S.Paulo, o presidente estaria incomodado com a falta de uma marca importante de seu terceiro mandato na área da saúde.

Uma das decepções seria o desempenho do programa Mais Acesso a Especialistas, que visa aumentar o acesso da população a exames e consultas especializadas em áreas como oncologia, ortopedia, cardiologia e oftalmologia.

Padilha, por sua vez, foi responsável pelo lançamento do programa Mais Médicos em 2013, que se tornou uma marca dos governos petistas ao aumentar a oferta de médicos em regiões mais distantes e vulneráveis do país.

Ele é médico infectologista formado pela Universidade de Campinas (Unicamp) e tem especialização pela Universidade de São Paulo (USP).

O político também é veterano no PT, tendo feito parte da coordenação das campanhas de Lula em 1989 e 1994.

Em 2014, candidatou-se ao governo estadual de São Paulo, mas foi derrotado por Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente no governo Lula.

Padilha também foi secretário de Saúde da cidade de São Paulo entre 2015 e 2016, na gestão Fernando Haddad (PT).

Em 2018, elegeu-se deputado federal, sendo reeleito em 2022. Por ter assumido como ministro, primeiro da Secretaria de Relações Institucionais e agora da Saúde, Padilha se licenciou da função de parlamentar.

Durante a campanha presidencial em 2022, Padilha se dedicou à interlocução com empresários e agentes do mercado financeiro.

Reforma ministerial?

O anúncio da mudança vem após meses de especulação sobre uma reforma ministerial, discussão que ganhou novo fôlego após a forte queda de popularidade de Lula no início do ano.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada em 14 de fevereiro, a aprovação do presidente recuou de 35% para 24% em dois meses, pior nível já registrado pelo petista em todos os seus mandatos. A reprovação também é recorde, subindo de 34% a 41%.

Nesse contexto, partidos do Centrão pressionam o presidente por mais espaço na Esplanada dos Ministérios.

Uma das pastas cobiçadas era justamente a da Saúde, mas Lula não quis ceder o ministério.

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