Soldado Noélio diz que votação é iniciativa "politiqueira"

Uma das lideranças dos policiais amotinados, o deputado afirma que a anistia pedida não é para quem cometeu crimes, mas para transgressão disciplinar

De acordo com o deputado Soldado Noélio (PROS), uma das lideranças dos policiais amotinados, a votação deste sábado na Assembleia, sobre a proibição de anistia aos PMs, é uma iniciativa "politiqueira". "(Politização) há de ambas as partes. Isso aqui é um ato politiqueiro. O Governador, está previsto em lei, pode conceder ou não a anistia. Então para quê isso? Essa ação é meramente política", disse. 

Sobre a anistia, o parlamentar afirma que os policiais não querem perdão para quem "cometeu crimes". "Se alguém, individualmente, cometeu alguma ilegalidade, que seja punido com o rigor da lei. O que estamos pedindo é anistia administrativa para transgressão disciplinar, que é o policial que faltou o serviço ou que, eventualmente, tenha ofendido um comandante ou uma autoridade", afirmou Noélio. Para ele, "essas coisas mais leves, mais brandas, precisam ser anistiadas". 

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Caso haja aprovação da PEC na Assembleia, Soldado Noélio garante que o movimento continuará. Ele diz lamentar que a Casa não tenha tido um papel intermediador no processo, e que só "reprima e diga como se todos (os policiais) fossem bandidos e marginais". "Lá (no batalhão ocupado pelos policais) nós temos um policial militar que perdeu a perna defendendo o povo do Ceará. Esse policial é bandido? Ele merece ser tratado como bandido? São os mesmos policiais que ajudaram a reduzir 50% da violência no Estado".  O líder dos policiais amotinados disse ainda que, mesmo que o "Governo vença na política, perderá na prática". Ele cita que o Estado terá policiais com depressão e trabalhando "a 10 por hora".  

O parlamentar criticou ainda o fato de a Comissão de negociação não aceitar os nomes sugeridos pelos policiais para intermediação (que incluía o ex-deputado cabo Sabino e o presidente da Associação Nacional dos Praças, soldado Prisco). E pede que, ao invés de "se combater os efeitos" da paralisação, é preciso "analisar as causas". Soldado Noélio pondera que o Governo atua na ilegalidade ao não estipular a carga horária dos policiais que, segundo ele, estaria prevista em lei de 2008. 

 

Com informações do repórter Filipe Pereira

 

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