MPCE orienta cerco em batalhões com amotinados para resguardar crianças

O órgão recomenda que o Estado e as forças de Segurança Pública não usem força física ou estrutural para "reconquistar o Espaço Público"

20:23 | 25/02/2020 Autor Matheus Facundo

Matheus Facundo Repórter do portal O POVO Online

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Tipo Notícia

No 18º BPM, atualmente se encontram várias crianças, filhos de policiais. Um pula-pula para o lazer dos pequenos foi levado ao batalhão. Crédito: Thais Mesquita

O Ministério Público do Ceará (MPCE) expediu um documento de orientação à Justiça cearense acerca da proteção de crianças e adolescentes presentes nos quartéis onde militares estaduais estão amotinados em protesto. Há exatamente uma semana, policiais ocupam batalhões, insatisfeitos com reajustes salariais, e levam consigo suas famílias. As orientações tinham sido pedidas pelo procurador-geral de Justiça no Ceará.

O órgão orienta que o Estado e as forças de segurança pública não usem força física ou estrutural para "reconquistar o Espaço Público" e sim façam um cerco, impedindo a entrada de provimentos e pessoas dentro do batalhão. A solicitação foi emitida por meio do do Centro de Apoio Operacional da Infância, da Juventude e da Educação ((Caopije).

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Instaurado o cerco, a orientação é não permitir mais a entrada de crianças e adolescentes nos locais. Sob um Termo de Responsabilidade, pequenos que deixarem o cerco devem ser entregues ao restante dos familiares, caso os pais continuem amotinados.

Em Fortaleza, os amotinados tomaram o 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no dia 18 de fevereiro, após esposas de militares bloquearem a entrada do quartel. Lá, atualmente se encontram várias crianças, filhos de policiais. Um pula-pula para o lazer dos pequenos foi levado ao batalhão.

O POVO esteve no 18º BPM por diversos momentos na semana passada e pôde acompanhar a rotina do quartel.

GLO

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, esteve no Ceará nesta segunda-feira para acompanhar a operação Garantia da Lei e da Ordem (GLO), aprovada pelo Governo Federal no dia 20 de fevereiro, que trouxe ao Ceará tropas das Forças Armadas. Além disso, a Força Nacional de Segurança já vem atuando nas ruas, reforçando os trabalhos.

Já são 230 policiais militares do Ceará afastados de cargo por suspeita de envolvimento em motim, desde o começo do polêmico amotinamento na terça-feira passada. Em meio aos motins, a violência no Estado escalonou. Pelo menos 170 pessoas foram mortas no Estado do Ceará desde o começo da quarta-feira, 19, até às 23h59min de segunda, 24. A média é de 34 pessoas assassinadas por dia, mais de uma por hora.

Policiais militares do Ceará iniciaram paralisação na tarde de terça-feira, 18 de fevereiro, em protesto contra plano de reestruturação salarial de policiais e bombeiros militares do Ceará. Confira a cobertura das manifestações dos policiais, os atos de violência e a repercussão política do caso.

GLO

Acompanhe a cobertura do protesto dos policiais

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