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Vizinha denuncia maus-tratos a jumento durante festa junina em buffet no Papicu

Mulher denunciou a suposta exploração do animal em publicação no Facebook. Empresa nega maus-tratos
20:26 | Jun. 16, 2017
Autor O POVO
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O uso de um jumento como parte da decoração de uma festa junina, realizada no Fiesta's Buffet, no Papicu, na noite desta quinta-feira, 15, causou a indignação de uma moradora da região. Ela denunciou a suposta exploração do animal em publicação no Facebook, anexando um vídeo e uma foto da situação, e o caso ganhou rápida repercussão em menos de 24 horas. Mais de mil pessoas curtiram a postagem e mais de 600 compartilharam o conteúdo até as 20h desta sexta-feira, 16.

[SAIBAMAIS]No Facebook, a mulher diz ter ficado "consternada" com a utilização do jumento na festa. Ela afirma que convidados chegaram a subir no animal para tirar fotos. A usuária da rede social também critica o fato de o piso ser de porcelanato, liso, não adequado para o animal. A vizinha do estabelecimento fez todas essas observações da janela do seu prédio até decidir ir reclamar no local.

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"Minha revolta aumentou e me dirigi ao buffet para pedir a proprietária da festa ou do próprio buffet para que tivessem um pouco de consideração pelo animal e que o tirassem dali, já que ele já tinha se prestado ao papel decorativo", publicou ela na rede social.

No relato público, a mulher conta que a proprietária do local se recusou e teria afirmado que ela estava querendo "aparecer" com a situação. Com a negativa da dona do estabelecimento, a moça resolveu denunciar o caso a Polícia. Uma equipe do Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) esteve no buffet, mas não teria constatado qualquer indícios de maus-tratos.

O POVO Online conseguiu contatar a mulher que denunciou o caso. Ela pediu para não ser identificada. O POVO Online também tentou falar com a empresa denunciada, mas as ligações para os números disponíveis na fanpage do buffet não foram atendidas.

A empresa se pronunciou sobre o ocorrido por meio de nota de esclarecimento divulgada no Facebook. O buffet repudiou as "falsas alegações de supostos maus-tratos a animais" nas dependências do estabelecimento e afirmou que não mais utilizará qualquer tipo de animal em decorações festivas.
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Na nota, é relatado que a mulher tentou entrar nas dependências do buffet sem convite, "proferindo alegações falsas e sem sentido, completamente descontextualizadas sobre supostos maus-tratos". A empresa afirma que o jumento usado na festa estava sempre sob a vigilância e cuidados de seu tratador, contando com água, feno, ração e estando em ambiente climatizado. É informado ainda que três seguranças atuaram na festa para evitar que convidados subissem no animal.

"Pedimos desculpas ao público pelo ocorrido. E reiteramos que o Fiestas Buffet é radicalmente contra e repudia qualquer forma de abuso e maus-tratos de animais. Mesmo a contratação do animal tendo ocorrido legalmente, obedecendo todos os trâmites da legislação ambiental em vigor, firmamos aqui o compromisso com o público de não mais utilizar qualquer tipo de animal em decorações festivas", comunicou a empresa.

O POVO Online enviou email na noite desta sexta para a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), solicitando informações sobre a ação do Batalhão da Polícia Militar Ambiental na ocorrência, mas até o momento não houve resposta.

Proteção dos animais

Em entrevista ao O POVO Online, a presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa), Geuza Leitão, afirma que houve exploração do animal. O caso, segundo ela, se enquadra no artigo 32 da Lei 9.605 de 1998, que prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.

"Explorar não é só ver o sangue escorrer. Basta abusar ou mal tratar. Me diga se não é abuso um animal ser utilizado em uma festa junina fantasiado, contra a natureza dele, com o povo montando nele?", questiona.

Geuza diz que foi procurada pela vizinha do buffet. "Ela vem aqui para a gente ver o material e dar entrada no processo. Ela tem toda a razão. Aquilo se trata de exploração. O animal é para estar quieto, e não para ir a uma festa, nem ficar fantasiado", comenta.

A protetora dos animais também criticou a ação do BPMA, que não constatou indícios de maus-tratos no jumento utilizado na festa junina. "Era para ter levado a dona do buffet até a delegacia e instaurado procedimento", opina Geuza.

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