Participamos do

Taxa de sobrevivência de empresas cearenses melhora, mas tem saldo negativo

Os dados são da pesquisa Demografia das Empresas e Empreendedorismo 2018, divulgada nesta quinta-feira, 22, pelo IBGE. Taxa de sobrevivência no Ceará foi de 83,6%
17:08 | Out. 22, 2020
Autor Samuel Pimentel
Foto do autor
Samuel Pimentel Jornalista no OPOVO
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Em dez anos, a taxa de sobrevivências das empresas (unidades locais ativas ou ULs) no Ceará melhorou e chegou aos 83,6% em 2018. Esse dado representa 103,6 mil ULs, bem superior ao observado no ano de 2008, quando era de 75,6%. Ainda assim, houve saldo final negativo, com o fechamento de 4,9 mil empresas. Os números foram divulgados nesta quinta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa Demografia das Empresas e Empreendedorismo 2018.

Ante o resultado da taxa de sobrevivência local ao nacional, o Ceará ficou um pouco abaixo, já que o Brasil teve média de 84,1%, o que representa que 3,7 milhões de empresas permaneceram ativas no País - de um total de 4,4 milhões. A taxa de entrada de ULs no mercado em 2018 ficou em 16,4%, já a saída ficou em 20,3%.

Naquele ano, a atividade de administração pública, defesa e seguridade social foi a que apresentou a maior taxa de entrada (28,6%) no Ceará. Foi seguida pelas atividades imobiliárias (25%). Já a construção teve a maior taxa de saída (-25,1%). Comércio, reparação de veículos automotivos e motocicletas, concentrou quase a metade das unidades locais ativas (48,7%).

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

A pesquisa vem analisar a dinâmica empresarial por meio de indicadores de entrada, saída, reentrada e sobrevivência das empresas no mercado. Também observa o pessoal ocupado assalariado, estatísticas das empresas de alto crescimento e gazelas, além de indicadores relativos às unidades locais das empresas e atividades.

Para o diretor do Instituto Brasileiro Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Ives Castelo Branco, é importante ressaltar o contexto de 2008, em que o Brasil vinha numa onda de crescimento muito forte, de planos governamentais estimulando a economia e a partir de 2013 com uma queda, que em 2016 culminou no impeachment que desestabilizou a política e gerou uma crise econômica séria.

"Hoje, temos uma retomada com menor força. Devido à crise, muitas empresas não conseguiram sobreviver. E entre os fatores que fazem isso acontecer está principalmente a falta de planejamento, depois vem carga tributárias e até a falta de formação em gestão e planejamento", analisa.

Dentre outros estados da Região, o Ceará aparece bem quando é analisada a taxa de sobrevivência. Paraíba e Bahia, com 84,3% e 83,7%, respectivamente, registraram as maiores taxas de sobrevivência do Nordeste. Logo a seguir vem o Ceará. Já na lista das maiores taxas de entrada e saída ficou o Maranhão (20,5%).

Sobre o resultado cearense ante outros do Nordeste, o diretor do Ibef-CE destaca que nos últimos dez anos o Estado foi impulsionado com o desenvolvimento de grandes plataformas econômicas, como a do Complexo do Pecém, ligado à siderurgia. Além das grandes empresas, estimulou a abertura de outros negócios, menores, que abastecem ou oferecem serviços naquela região. Ele ainda ressalta que essas novas empresas, regularizadas no Estado, contribuem ainda com a arrecadação de impostos, que são revertidos em investimentos públicos em infraestruturas, por exemplo.

No País, as maiores taxas de saída ocorreram no Amazonas (21,6%), Pará (20,8%) e Distrito Federal (20,7%). Entre 2008 e 2018, a taxa de entrada recuou de 21,8% para 15,9% (-5,9 pontos percentuais), com máximo valor de 22,2% em 2009. Já a taxa de saída, está em patamar semelhante ao de 2008 (17,7%), tendo atingido seu máximo em 2014 (20,7%) e, desde então, encontra-se acima da taxa de entrada.

DETALHES

Em 2018, o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) somava 4,4 milhões de empresas ativas, que ocupavam 38,7 milhões de pessoas, sendo 32,3 milhões (83,5%) como assalariadas e 6,4 milhões (16,5%) na condição de sócio ou proprietário. A idade média das empresas era de 11,6 anos.

SALÁRIOS

Os salários e outras remunerações totalizaram R$ 1,1 trilhão, com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos, equivalente a R$ 2.559,66, com crescimento de 0,2% em termos reais. A média salarial das empresas nascidas em 2018 (R$ 1.668,76) não apenas foi menor que a do total das empresas ativas, como também caiu 3,8% em relação às nascidas no ano anterior, uma perda real de R$ 65,53 ao mês, por empregado.

PERFIL

Nas empresas ativas em 2018, os homens responderam pela maior parte da população ocupada e assalariada (60,7%), contra 39,3% de mulheres. A participação feminina foi semelhante, nas empresas sobreviventes (39,2%), bem como nas que entraram (40,4%) e saíram (41,2%).

SETORES

Apenas o comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas contribuiu com um saldo negativo de 88,7 mil empresas, seguido pela indústria de transformação, com menos 17.379 empresas.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar