Coronavírus: Jogadores de Ceará e Fortaleza são contra reduzir salário durante pausa de campeonatos
Redução dos vencimentos foi uma das propostas apresentadas pelos clubes para diminuir o impacto financeiro em meio à pandemiaEm reunião na segunda-feira, 23, 48 clubes do futebol brasileiro, incluindo Ceará e Fortaleza, formularam uma série de propostas para flexibilizar a remuneração dos jogadores e diminuir o impacto financeiro em meio à crise do coronavírus As alternativas dividiram as opiniões dos atletas, mas uma delas foi bastante desaprovada pelos jogadores de Vovô e Leão: a redução de 25% do salário durante a paralisação dos campeonatos.
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As propostas dos clubes foram enviadas à Fenapaf, representada no Estado pelo Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Ceará (SAFECE). No grupo de Whatsapp do Sindicato, além de quatro jogadores dos dois grandes da Capital, também há dois atletas do Ferroviário o outros dois do Guarany de Sobral. Todos que opinaram não responderam bem à possível alteração no salário, mas ainda haverá diálogo em relação a esse ponto.
Além da proposta de reduzir o salário, os clubes também apresentaram outras duas opções que se complementam: concessão de férias coletivas aos atletas, no período de 20 dias, entre os dias 1º e 20 de abril. Com o cumprimento desse período, os jogadores teriam direito aos dez dias restantes no fim de 2020 e início de 2021, como forma de adequação ao novo calendário do futebol brasileiro.
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Segundo o presidente do SAFECE, Marcos Gaúcho, a entidade vem conversando com os jogadores para que eles possam se posicionar: “No grupo dos atletas, são muitas opiniões e a gente está centrando e trabalhando uma proposta pra levar pra Fenapaf. Não tem ainda uma proposta elaborada, tudo pode acontecer, inclusive cada (Federação de cada) estado resolver suas situações”.
Marcos afirmou que o Sindicato tem um canal aberto para conversar com os clubes e reconheceu a boa gestão de Ceará e Fortaleza: “Temos dois clubes bastante equivalentes em boa gestão, os dois na primeira divisão com jovens presidentes que têm interesse em resolver problemas. O Sindicato tem boa relação com os clubes, uma excelente relação com os atletas. Estamos avaliando tudo, acho que em breve teremos uma boa novidade”.
O SAFECE também se posiciona contra a redução salarial dos jogadores. Para Marcos, uma alternativa poderia ser pagar uma parte dos vencimentos agora e depois honrar os outros 25% que ficaram faltando: “Ninguém gostaria de tirar percentual, a menos que seja para doar para um hospital, por exemplo. Se tivesse uma proposta de dificuldade de solvência financeira, pagar 75% agora e 25% em dezembro poderia ser interessante”.
Apesar de ter citado Ceará e Fortaleza como exemplos de gestão, Marcos Gaúcho reforça que o Sindicato trabalha para todos os clubes, “sem fazer distinção de cores”. O presidente ainda critica a forma como a CBF está conduzindo as situações do futebol brasileiro em meio à pandemia de coronavírus: “A gente acredita que a CBF, que tem um superávit fantástico, jogou para os clubes e atletas o problema”.